Muitas vezes resumimos o profissional de acordo com o diploma que possui, o que é um erro de percepção. Além do curso de graduação que escolhemos seguir, somos pessoas com histórias, perfis, personalidades, convicções e experiências diferentes.
Legal, mas o que isso tem a ver com o título “desafios do engenheiro de alimentos”?
Que, assim como outras profissões, a engenharia de alimentos te dá inúmeras possibilidades de trajetória, inclusive a de não trabalhar com alimentos. Portanto, os desafios desse profissional podem ser vários.
Entretanto, por aqui, nos limitaremos a falar sobre a área de alimentos.
E convenhamos: desafios com alimentos não faltam!
A engenharia de alimentos, juntamente com outras áreas do conhecimento, é responsável por produzir e disponibilizar alimentos seguros, saudáveis, saborosos, sustentáveis e acessíveis para toda a população.
Até 2050, teremos que desenvolver soluções para alimentar 10 bilhões de pessoas - e, sentimos em lhe dizer que mesmo sem escolher, você já está envolvido nesse desafio desde que decidiu ser engenheiro de alimentos.
Há quem subestime a complexidade dos alimentos, afinal, esse universo é muito familiar para todos nós: quem é que não come por aqui?
E é aí que já se inicia um dos principais desafios: entender, com profundidade, a complexidade dos alimentos: a forma como interagem, se complementam, se alteram e se transformam. Tudo isso envolve muita química, ou melhor, bioquímica. Uma pena que o termo “química” tenha uma conotação tão ruim quando falamos de alimentos - afinal, a química dos alimentos é linda!
Diferente de outros produtos de bens de consumo, os alimentos possuem uma relação bastante particular com os consumidores. Além de fornecer energia e nutrientes, os alimentos envolvem cultura e conexão.
Nós desenvolvemos alimentos, e alimentos conectam, celebram, representam e nutrem - não os subestime.
Você, engenheiro de alimentos, sabia que tem inteligência artificial formulando produtos? Se não sabia, corra! Um dos desafios da sua profissão é também estar atento às novas tecnologias e inovações.
Inteligência artificial e machine learning já são utilizados na área de alimentos. Como será que podemos explorar mais essas tecnologias? Onde podemos aplicar?
Já estamos passando do tempo em que o mercado de alimentos é tradicional e estável. Os consumidores não querem mais do mesmo, há um necessidade de transformação da nossa área.
As pessoas querem saber o que estão comendo, qual o caminho dos alimentos, o quanto ele impactou o meio ambiente. E aí, engenheiro, você terá que trazer respostas coerentes, transparentes e verdadeiras.
Os consumidores não querem produtos cheios de “química”, e aí, engenheiro, não adianta fechar a cara e dizer que isso é o normal e que não tem nada de errado com os aditivos. A gente sabe o que tem e o que não tem, e também sabe que certas coisas já não fazem mais sentido e que podemos sim melhorar em muitos aspectos.
Além disso, o engenheiro de alimentos que um dia afirmou que jamais faria direito terá que repensar a falta de afinidade com regulatórios. Eles são fundamentais na nossa área e não precisa ter receio: pega as RDCs e vai fundo! É fundamental entender o direito do consumidor, verificar as legislações e criticar posturas inadequadas.
Aqui vai um conselho: se você acha que a área de alimentos é muito restrita, que não tem espaço para você, ou se você está inseguro em relação ao futuro profissional, aquele papo sempre é válido: ninguém nunca vai deixar de comer.
Os desafios da área estão aí, você escolhe qual quer: qualidade, regulatórios, inovação, marketing, empreendedorismo… Se você ainda não os encontrou, procure por eles.
A nossa área precisa de profissionais dispostos a fazer diferença, não fuja dos alimentos, de verdade, nós possuímos um papel fundamental.
Bora assumir essa responsabilidade, e feliz dia do engenheiro de alimentos!
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